terça-feira, 12 de abril de 2011

CAMINHADA ECOLÓGICA - TRILHA DO DESENVOLVIMENTO

Data: 01/05/2011 (Domingo) - Dia do Trabalho
Horário de Encontro: 07:00h
Ponto de Encontro: CIEP 263 - Ao lado da Rodoviária de Itaperuna
Trajeto da Caminhada: Da Estação de Retiro do Muriaé a Itaperuna, passando pela antiga
linha do trem da Leopoldina.
Percurso: 13 KM
Tempo Estimado: 4 horas
Transporte: Ônibus saindo do CIEP até Retiro.
Custo: R$ 20,00 (vinte reais)
Kit: O caminhante inscrito terá direito a: 1 Camisa, 1 Boné, pulseira de identificação, Café da Manhã (em Retiro), água e frutas no caminho, Almoço com música ao vivo na com música ao vivo na chegada (bebidas a parte) e Certificado de participação.
Chegada e Confraternização: Na AABB
INSCRIÇÕES LIMITADAS!!!
Maiores Informações: (22) 3823-2500 - Ramal 4 (Andressa)
http://www.caminhadasmaneiras.blogspot.com/
caminhadasmaneiras@hotmail.com

NOVO DESAFIO - 30ª CAMINHADA DA INCONFIDÊNCIA

DIA: 16 DE ABRIL
PERCURSO: OURO PRETO A OURO BRANCO
DISTÂNCIA: 38Km

Como parte da programação da Semana da Inconfidência, em 2011 acontece a 30ª edição de um dos eventos mais tradicionais de Minas no gênero. Mais de 1000 Caminhantes de todas as idades e vindos de todo Brasil e exterior, percorrem um trecho da Estrada Real repleto de história e belezas naturais, tendo à disposição uma estrutura completa de apoio e suporte que possibilitam viver uma experiência única e inesquecível.
Estaremos lá!!!

domingo, 10 de abril de 2011

CIRCUITO FAZENDAS HISTÓRICAS (FAZENDA SÃO DOMINGOS) ITAPERUNA A ARÉ

Caminhada realizada no dia 10 de abril (domingo), com saída da Prefeitura de Itaperuna, passando pela ponte de ferro, bairro Niterói, Frigorifico, Fazendas margeadas pelo Rio Muriaé e a antiga linha do trem da Leopoldina, chegando a Fazenda São Domingos e com término em Aré, distrito de Itaperuna. Percurso: 18Km.
Caminhantes: Sergio Almeida, Beto Almeida, Nataniel (Professor), Gabriel Almeida.

Até a próxima "Caminhada Maneira"!


HISTÓRICO DA FAZENDA SÃO DOMINGOS

A Fazenda São Domingos foi fundada pelo alferes Joaquim Ribeiro da Silva, que adquiriu de um posseiro, em 1839, os 1.280 alqueires de 100 x 100 braças, pela importância de Cr$ 12.000,00. Joaquim Ribeiro da Silva chegou à margem direita do Ribeirão de São Domingos após se desfazer de uma sociedade de mineração, em Minas Gerais, com o francês François Dumont, avô paterno de Santos Dumont. O comendador Francisco de Paula Santos – sogro do Dr. Henrique Dumont e filho de François – possuía a Fazenda do Casal na Província do Rio de Janeiro, município de Valença, para onde se mudaram Henrique Dumont acompanhado de sua esposa, D. Francisca de Paula Santos, e filhos, entre eles o recém-nascido Alberto Santos Dumont, em 1874.
Ali descobriram a importância do café e, com o dinheiro que dele obtiveram, compraram o Sítio da Cascavel em Ribeirão Preto (SP), onde também adquirem a Fazenda Arindeúva, a qual posteriormente passou a se chamar Fazenda Dumont.
Segundo Gil Leite, que colaborou na edição de A Terra da Promissão – História de Itaperuna, os documentos mais antigos que fazem referência à origem da Fazenda da Barra de São Domingo são as escrituras manuscritas da Ilha Grande ou Boa Vista, propriedade fronteira à sua sede, vendida por Antônio José da Silva em 1856, e da Ilha Boa Esperança, onde estava localizado o açude sobre o leito do rio, vendida por Ricardo Seabra Martins, em 1845, a Francisco Antônio Pimenta.
Para iniciar a fazenda, Joaquim Ribeiro da Silva trouxe alguns escravos, aos quais prometeu alforria ao concluir os pagamentos referentes à aquisição da fazenda, e assim o fez.
Joaquim Ribeiro da Silva era casado com sua sobrinha, D. Maria Constança de Jesus da Silva, e o matrimônio, que necessitou de autorização do bispo de Ouro Preto, só foi permitido após o cumprimento de severas penitências que lhes foram impostas.
Em 1842, Joaquim trouxe a família que, nessa época, era composta pelos filhos Joaquim Ribeiro dos Santos Silva; Francisco Ribeiro dos Santos Silva; Francisca Ribeiro da Silva; Emerenciana Constança Machado e Francisco de Assis Ribeiro dos Santos, nascido em Itaperuna Era esse desbravador um mineiro dinâmico, inteligente e de elevadas qualidades morais, que multiplicava a produção de sua fazenda e, já naquela época, industrializava os seus produtos. Recebeu em sua fazenda, por várias vezes, a visita de seu parente Santos Dumont (f58) e a do Senhor D. Pedro II (f59), Imperador do Brasil, em 1883 (HENRIQUES, 1956:66).
Dessa fazenda saiu o primeiro bacharel em Direito de Itaperuna, o Dr. Joaquim Ribeiro dos Santos Silva, diplomado em São Paulo, no ano de 1861. (...) Esse advogado era de porte fidalgo e culto, somente recebendo visitas vestido com traje completo, de colarinho e punhos engomados, de gravata e calça vincada, como se fosse para uma parada de elegância (HENRIQUES, 1956:66).
Seu irmão, Francisco de Assis Ribeiro dos Santos (f60), casado com D. Jacinta Ribeiro de Castro dos Santos (f61), foi uma das principais figuras na criação do município de Itaperuna, tendo sido vereador republicano e o primeiro presidente da Câmara, em pleno regime monárquico, o que pode ser facilmente comprovado uma vez que o ato de instalação deu-se em 4 de julho de 1889 e a Proclamação da República, em 15 de novembro do mesmo ano.
Como homenagem, seu nome foi dado a uma das principais vias públicas da cidade, a Rua Assis Ribeiro.
Era uma fazenda que bastava a si própria, e era uma das maiores do Estado do Rio, senão a melhor em organização agrícola, em montagem e em obras de vulto e valor. A sua cultura mais importante era o café seguindo-se a do milho, de arroz, do feijão, da cana de açúcar, de algodão, de fumo, de mamona e o chá da Índia. Todos esses produtos eram industrializados na própria fazenda para uso dos seus habitantes e com alguns dos quais, os seus proprietários concorreram a exposições nacionais e internacionais, levantando menções honrosas, medalhas de bronze, de prata e de ouro (HENRIQUES, 1956:226).
Sobre essas exposições, o major Porphirio Henriques relata o seguinte: “Em 1871, a Fazenda São Domingos tomou parte na exposição municipal de Campos, patrocinada pela Sociedade Artística Beneficente, expondo os produtos: café, açúcar, chocolate e chá da Índia (plantado, colhido e industrializado na fazenda) merecendo menção honrosa e recebendo medalha de ouro maciço com o desenho de duas mãos apertando-se em volta na legenda: – “A união faz a força”. Com estes produtos concorreu em 1873, em duas exposições: na 3ª Exposição Nacional do Rio de Janeiro e na Exposição Internacional de Viena (Áustria, Europa), tendo em ambas conquistado louvores e medalhas: de prata com a efígie do Imperador D. Pedro II e de bronze, com a efígie de Francisco José I, Rei da Bohemia e Hungria. Ainda em 1875, concorreu à 4ª Exposição Nacional do Rio de Janeiro, levantando a medalha de bronze ‘Ao Mérito’.” Fora isso, os produtos produzidos na São Domingos, que chegou a ser a maior fazenda em extensão territorial e mais progressista da região, figuraram por muitos anos nos mercados do Brasil, da América e da Europa.
Em 1876, faleceu o alferes Joaquim Ribeiro da Silva, e a fazenda, em vez de ser partilhada, foi organizada em uma sociedade sob a firma Maria Constança de Jesus & Filhos, que deu continuidade às atividades sob a direção da viúva, que enviou produtos da fazenda, como café, cacau, açúcar, tapioca, frutas e chá da Índia, para participar da Exposição de Filadélfia, nos Estados Unidos, onde obteve menção honrosa e medalha de bronze.
Em 1893, o Estado do Rio de Janeiro produziu 1.025.966 sacos de café, dos quais 12.000 arrobas de café foram produzidas pela Fazenda São Domingos, cuja cultura era feita simetricamente sob a ramagem dos ingazeiros plantados em fila indiana.
Cabe registrar que (...) a Fazenda São Domingos, antigamente, possuía teares onde se fabricavam tecidos de algodão para a sua escravatura, cuja fibra era produzida na mesma fazenda que a industrializava até para exportação, tendo, para esse mister, maquinaria própria e prensa para enfardar. A fazenda possuía grande aguada correndo em cortes de rocha viva, 4 rodas d’água, fábrica de farinha, azeite de mamona, açúcar, café, serraria, diversos moinhos de fubá e um dos melhores e mais variados pomares do Estado (HENRIQUES, 1956:67).
Ainda em 1893, os sócios cogitaram instalar uma usina de açúcar, mas, havendo discordâncias, Francisco Ribeiro dos Santos Silva deixou a sociedade para se instalar em Leopoldina, MG, onde adquiriu duas fazendas, vindo a falecer no mesmo ano. No ano seguinte, faleceu sua mãe, D. Maria Constança de Jesus e Silva.
À mesma época, Francisco de Assis Ribeiro dos Santos se transferiu para o município de Campos e, em sociedade com o cunhado, adquiriu uma usina. Faleceu em 1898, deixando viúva D. Jacinta Ribeiro de Castro, sem descendentes. Em 1909, veio a óbito o Dr. Joaquim Ribeiro dos Santos Silva, cabendo aos seus descendentes e à viúva de Assis Ribeiro a posse da Fazenda São Domingos, posteriormente vendida ao cel. Carlos de Oliveira Leite e seu sogro, o cel. Manoel Maria Vieira.
O cel. Carlos de Oliveira Leite desmembrou parte das terras – que passaram a formar a Fazenda Toyama – e vendeu a Fazenda São Domingos alguns anos mais tarde ao Dr. Atilano Crisóstomo, capitalista campista. Após seu falecimento, coube a propriedade a seu genro, Sr. Renée Luiz Ribeiro, que por sua vez a vendeu, em 1950, ao Sr. José Neves Martins, seu atual proprietário.
A Fazenda São Domingos possui, atualmente, 330 alqueires de terras. Apesar de parte de suas terras estarem em processo de reforma agrária, a fazenda gera vinte empregos de maneira direta, distribuídos por cinco famílias residentes na propriedade, onde cuidam da criação de gado de corte, principal atividade econômica, e da manutenção, conservação e limpeza de um dos maiores conjuntos arquitetônicos rurais da região noroeste do Estado.
Fazenda histórica teve os seus dias de glória e de fausto, recebendo, por vezes, a honrosa visita de altas personalidades. E, ao folhearmos, com veneração e respeito, como agora o fazemos, as páginas de ouro do seu passado, vivem nitidamente, em nossa imaginação, os dias de opulência, de fartura e de riqueza, que o braço nobre e generoso dos escravos num labor constante e fecundo criou e deixou estampado eternamente para exemplos dos vindouros.
Mas, sobretudo, quem contemplar de perto ou de longe, as construções da fazenda da “Barra de São Domingos”, ainda bem conservadas e altaneiras, não pode deixar de evocar, entre admiração e respeito, as figuras veneráveis dos seus fundadores, o alferes Joaquim Ribeiro da Silva e de sua virtuosa esposa, D. Maria Constança de Jesus Silva, que para ali se transportaram em época já muito distante de nós, em pleno sertão do Vale do Muriaé, na sublime missão do cultivo da terra, com perseverança, coragem e abnegação, edificando a mais bela e melhor fazenda do norte do Estado do Rio de Janeiro. (BIZZO, 2008).
Em 2008, foi realizado o tombamento provisório pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural – INEPAC, em caráter voluntário, como forma de salvaguardar esse importante patrimônio cultural fluminense, expoente do ciclo do café em Itaperuna, que chegou a ser o maior produtor do Brasil durante primeiras décadas do século XX.
(Fonte: INEPAC)